
O crescimento de popularidade e reputação da banda no estilo têm revitalizado o Rock Progressivo e suas vertentes. A popularidade da banda parece ter atingido o limite em setembro de 2010 quando Mike Portnoy, o fundador, baterista, produtor e sobretudo líder decide abandonar a banda alegando uma necessidade de expandir a sua criatividade para outros projetos. Os restantes membros não se deram por vencidos e prosseguiram com a banda. Portnoy foi substituído por Mangini, também ele Mike e também ele um génio por trás do kit. A Dramatic Turn of Events foi um êxito e, em nada, acusou a ausência de Portnoy. De recordar que o single On the Backs of Angels foi nomeado para um Grammy (o primeiro na carreira da banda).
O álbum homónimo, apesar de ser o segundo de Mangini, é o primeiro em que o mesmo está envolvido no processo criativo. Isso é notório a espaços no álbum. O álbum inicia-se com um instrumental, ao estilo da Overture 1928 apresentada no clássico álbum Metropolis pt. 2: Scenes From a Memory, intitulado False Awakening Suite: um ponto de partida perfeito para um álbum épico onde técnica, criatividade e muita alma se unem. Segue-se o single previamente apresentado The Enemy Inside. Este é o definitivo single de apresentação que inclui uma sonoridade que visa mais facilmente atingir o comum dos ouvintes, apresentando uma clássica estrutura de verso/pré-refrão/refrão, o que como todos nós sabemos é o menos comum no Rock Progressivo. Não deixa de ser uma música com um poder extremo, em que a performance de Mike Mangini incendeia qualquer ouvinte. Segue-se The Looking Glass, uma música que demonstra a clara influência de Rush na sonoridade desta banda, uma música fresca e alegre, que nunca perde o virtuosismo e a originalidade. Enigma Machine é o primeiro instrumental da banda desde Stream of Consciousness do álbum Train of Though (2003) e contém igual dose de alucinação técnica. Seguem-se no mesmo registo The Bigger Picture, Behind the Veil e Surrender to Reason. A 8ª e penúltima faixa intitula-se Along for the Ride e é a já conhecida balada que todos os álbuns desta banda incluem: uma ótima música mas que ainda assim não chega ao nível dos clássicos The Spirit Carries On ou Another Day. Para o fim fica o melhor: Ilumination Theory, um épico de 24 minutos repleto da mais alta classe e inspiração destes fabulosos músicos. 24 minutos que sintetizam os 12 álbuns para trás deixados e mais alguns. Arranjos orquestrais, clássicos solos, momentos altos do nem sempre amado vocalista James LaBrie (ouçam a Ilumination Theory…) resumem a sonoridade deste álbum que parece ser o mais eclético desde a formação da banda. Talvez por isso seja homónimo: uma perfeita síntese do que esta banda tem conseguido transmitir ao longo destes mais de 25 anos de carreira.
Ricardo Alves
Ricardo Alves
Dream Theater - Dream Theater (2013)
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