21 de dezembro de 2013

Oferta natalícia da BLITZ nas bancas

Está já nas bancas o presente de Natal da BLITZ: "Fuck Christmas, I've Got The Blues - Live at ZDB", o retrato do mítico último concerto de Natal de The Legendary Tiger Man na ZDB em CD oferta da revista. Paulo Furtado apresenta o disco faixa a faixa.


1. Walking Downtown 
"Vem do Masquerade [2006]. As pessoas que andam na estrada comigo sabem que se esta música me corre bem - e normalmente aparece muito cedo no alinhamento -, o concerto também me vai correr bem. Depois da "Naked Blues", é uma das primeiras músicas minhas que ouço e digo "parece uma banda a tocar". É uma música-fetiche" 

2. I'll Make You Mine 
"Está no Naked Blues [2002] e, a par do tema-título, é a música que mais toco desse álbum. Uma vez toquei uma versão dela com a Lisa Kekaula, dos Bellrays - percebi aí, finalmente, que [interpretada daquela maneira] aquela era a música que esteve sempre na minha cabeça. Esta canção usa o kazoo com a guitarra a criar uma linha de resposta. É blues tradicional em mutação" 

3. Naked Blues 
"Não pode falhar. Se não estou em erro, foi feito primeiro o argumento da curta-metragem e só depois a música... É um "naked" de várias camadas: musical, factual, é um despir de várias coisas. Percebi que era por aí o caminho, daí a importância que a música tem para mim e no definir do que é Legendary Tigerman" 

4. & Then Come the Pain 
"É uma das minhas preferidas do Femina [2009], com a Phoebe Kildeer. Tem também um Super 8, que é uma espécie de carta de amor a Lisboa, numa viagem no elétrico 28. Há músicas que gosto muito de tocar ao vivo porque também gosto dos filmes [que fiz para elas]. Este é um desses casos" 

5. Mississippi River Blues 
"Não a terei tocado mais do que duas ou três vezes na vida. É daquelas versões que nunca gravei porque nunca achei que estivesse a acrescentar algo. Pelo contrário, aqui - com a Selma [Uamusse, voz] e com o Filipe [Costa, teclados] - conseguimos acrescentar qualquer coisa ao que havia para trás. É uma adaptação, como outras - esta música [de Big Bill Broonzy] já mudou tantas vezes. Aqui há alguém que manda um berro - "estou todo arrepiadinho!" -, daquelas coisas que te põe híper contente". 

6. Bad Luck Rhythm 'n' Blues Machine 
"Costumo juntá-la com a "Big Black Boat". Não sendo do mesmo álbum - esta é do Masquerade -, são ambas uma mistura de punk com blues. São os momentos de maior descarga que consigo alcançar ao vivo, antes do reforço "goleador" Paulo Segadães - agora chegamos a níveis muito mais insuportáveis de ruído" 

7. Big Black Boat 
"Na altura isto era o máximo [de energia] que conseguia. Esta música é do Fuck Christmas... [2003] e aparecia sempre no final dos concertos. Às vezes iam famílias a estes concertos, foi o caso da família Nazaré Pinela, amigos de longa data, cujo filho [Ricardo] fez um improviso nesta música. Define o espírito destes concertos na ZDB: chegavas ali, levavas uma harmónica no bolso ou outra coisa qualquer, tocavas sem qualquer stress" 

8. No More, My Lord 
"É uma música tradicional, adaptada dos Wraygunn [Shangri-La, 2007], que me aproximou da Selma. Quando o coro de gospel [de que Selma, futura Wraygunn, fazia parte] foi gravar pela primeira vez com os Wraygunn, era um verdadeiro coro de gospel, de pessoas religiosas, a ir ter com uma banda de selvagens conimbricense que bebia shots de uísque nos ensaios. De repente, eu apareço com esta música e a dar grande conversa sobre gospel de 1900 - foi o momento em que consegui conquistá-los" 

9. Fuck Christmas Baby, I Got the Blues 
"Já vinha de antes do Naked Blues. Foi no apogeu do meu ódio ao Natal. Está toda a gente "jingle bells", então toma lá estes "jingle bells" (risos). Foi especificamente feita como manifesto de imagem, de som. Esteve à venda com o BLITZ e foi o meu primeiro disco que chegou a muita gente. Permitiu-me fazer uma digressão".

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