29 de julho de 2015

À conversa com… Benjamim

Fizemos algumas perguntas a Benjamim, músico que se encontra a meio de uma grande digressão de apresentação de Auto-Rádio, o seu disco de estreia. Em Volta Portugal em Auto-Rádio, percorre o país em 33 datas consecutivas, que terá como um dos pontos altos a atuação no Festival BONS SONS. Benjamim vai viver a Aldeia a 13 de agosto.

TMS: O que te levou a deixares Londres e as canções em inglês e partires para esta nova fase da tua carreira cantando em português?

B: No fundo comecei a sentir a necessidade de reflectir mais profundamente sobre a minha identidade, de onde venho e para onde vou. As notícias vindas de Portugal também contribuíram, senti que há muita coisa para escrever. Também acho que a minha geração precisa que escrevam sobre ela, não dá para fazer isso em inglês. Depois também não fazia sentido escrever em português e ficar em Londres.

TMS: De que forma o facto de trabalhares com músicos que trabalham contigo há algum tempo (João Correia, Nuno Lucas, António Vasconcelos Dias) facilita esta tua metamorfose?

B: De certa forma facilitou, somos dos melhores amigos que a vida pode dar. Mas ao mesmo tempo tornou as coisas mais complicadas porque mudar é sempre difícil e havia uma bagagem que vinha de trás que colocou muita pressão no disco. Foi preciso começar do zero e este processo foi a coisa mais difícil pela qual passei. Dito isto, eles foram absolutamente fundamentais nesta história, são músicos do outro mundo.



TMS: O Alentejo serve de inspiração às letras das novas canções?

B: Claro. O Alentejo é incrível. Há referências ao Alentejo e histórias que passaram directamente a canções.

TMS: Deve ser também complicado fugir ao tema da difícil situação do nosso país… Há espaço para esta temática nas tuas letras?

B: Há, claro. Não é um disco político, é um disco mais geracional, a política anda pelas ruas da amargura. Infelizmente.


TMS: Na tua nova canção cantas “só quero sobreviver ao Tarrafal..”. E ao Alvito em dias de calor tórrido, como se sobrevive?

B: Sobrevive-se sem t-shirt ou com um mergulho na barragem, é mais fácil do que sobreviver ao Tarrafal.


TMS: Na parte final da tua digressão “Auto Rádio” atuas no primeiro dia Festival Bons Sons. Quais as tuas expetativas para esse concerto na Aldeia de Cem Soldos?


B: Estamos cheios de pica, claro. Mas tentamos gozar um concerto de cada vez, é bom estarmos a tocar por todo o lado e saber que vamos passar por um festival com a dimensão do Bons Sons. As nossas expectativas são tocar o melhor possível e vender 1.000.000 de discos.


TMS: Tens curiosidade em ver algum dos artistas/bandas que atuam nesse mesmo dia no Bons Sons?
B: Quero ver tudo!


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